As polícias constituem um dos assuntos mais complexos que se inserem no paradigma burocrático do Estado brasileiro. Historicamente entendidos como entidades destinadas ao controle social e à imposição da força do Estado sobre os cidadãos, de modo a encarnar o monopólio do ente estatal sobre a violência, os organismos policiais incorporam na complexidade de seu trabalho cotidiano uma herança organizacional que remonta aos anos de 1808 e 1809, quando foram originariamente instituídas por D. João VI a Intendência Geral de Polícia da Corte e do Estado do Brasil e a Divisão Militar da Guarda Real. Neste livro, o leitor irá se deparar com uma detalhada análise da genealogia das instituições policiais no Brasil e das mais recentes tentativas de reformulação constitucional do modelo policial brasileiro.