O livro Contar e viver histórias: o terapeuta, a criança e sua família traz a inserção do universo lúdico e imaginativo no processo de intervenção psicoterapêutica. O leitor terá contato com histórias de vida diferentes, de famílias e crianças que buscaram atendimento psicológico e como foi a experiência que viveram junto aos seus terapeutas. A partir dessa experiência, no encerramento do processo, o terapeuta ofereceu à criança uma história criada a partir desse encontro. Primeiramente, as autoras descrevem no livro como a população
infantil é recebida para atendimento psicológico, detalhando as etapas do processo de triagem interventiva e avaliativa, com destaque para o contar histórias para as crianças como parte final da triagem/atendimento delas e suas famílias. Para ilustrar o processo realizado, o livro traz dezessete casos clínicos, de diferentes famílias e queixas de crianças que buscaram por psicoterapia, todos narrados por seus terapeutas. Cada caso é contado com detalhes, referindo-se ao encontro com os pais («A história contada pelos pais»), a sessão lúdica com as crianças («A história contada pela criança»), a sessão familiar («A história contada pela família») e o momento de devolutiva («A história contada pela terapeuta»). Nessa etapa de devolutiva para as crianças é que aparece a criação de histórias pessoais, únicas, com tramas e conflitos que aproximam a realidade da ludicidade. O momento de criação da história também é um momento de crescimento do grupo de terapeutas, que se une em torno de um objetivo comum: favorecer o desenvolvimento afetivo da criança e de sua família. O livro traz à tona a possibilidade de o terapeuta usar sua criatividade, na tentativa de oferecer ao paciente e sua família um espaço de escuta, de acolhimento e de espontaneidade. Fica evidente o quanto é possível realizar um trabalho breve, interventivo e clínico junto às crianças e suas famílias, como uma experiência única, de extrema importância para o desenvolvimento emocional infantil e familiar.