Aquele que era encontrado nas primeiras horas de cativeiro dava-se o nome de amigo malembo. A amizade assim iniciada criava verdadeiros laços de solidariedade, acarretando intensas obrigações de ajuda: em 1836, por exemplo, um alforriado dirigia uma verdadeira empresa, cujo objetivo era levar para a África cerca de 200 alforriados baianos. Ele fretou um navio inglês pela quantia de 5.000.000 réis (875 libras esterlinas da época) para reconduzi-los aos portos africanos de onde tinham partido: Onim, atual Lagos. Ora, esse negro fazia parte do carregamento que chegou à Bahia em 1821, pela embarcação Emilia: “Tendo adquirido certa confiança entre seus concidadãos emancipados, ele a utilizou para incitá-los a voltar para sua terra natal. Para facilitar a operação, ele vendeu para vários escravos sua propriedade pessoal e deu liberdade a seis outros, que deviam acompanhá-lo”. Pois bem, entre os 200 viajantes, 60 fizeram parte do carregamento do Emilia. Podemos citar também o caso conhecido do rei africano chamado de Chico-Rei pelos brasileiros que, capturado com vários membros de sua família e de sua comunidade e vendido em Minas Gerais, conseguiu se libertar e comprar, um a um, os escravos de sua tribo.