A familiaridade com o não-lugar, o peso da despedida, a extensão do silêncio — há sempre um quê de agridoce no rastro do deslocamento do protagonista da nova obra de Carlos Machado, esta «investigação dos espaços em branco, da invisibilidade diante do todo», nas palavras de Jonatan Silva. É com extrema delicadeza que a novela Olhos de sal reflete o impasse solitário daqueles que experimentam uma existência em trânsito, verdadeiros equilibristas das forças da presença e da ausência.