Depois de um tempo, os pingos incessantes pareciam mais alto em sua imaginação, até que ela não aguentou mais. Saltando da cama, correu para a janela o mais rápido que suas pernas de quinze anos podiam e abrindo caminho pelas cortinas esvoaçantes, conseguiu fechar a janela.
Soltando um suspiro de alívio, voltou ao calor familiar da cama, fazendo o possível para voltar a dormir. Mas, enquanto cochilava, sua mente ainda estava cheia do estresse de eventos recentes. Os rostos das pessoas envolvidas passaram por ela como um carrossel de parque.
Primeiro, mamãe e papai estavam varrendo lá fora, tomavam sorvete, rindo e acenando para ela enquanto passavam. Na próxima cena mamãe estava triste, sozinha e desamparada, vestida de preto, com seu irmão Peter, segurando o seu boneco Snuffy, uma mania, embora agora fosse apenas um pedaço de pano desgastado.
Então a música parou e a memória da morte de seu pai tomou conta dela mais uma vez.
Ela apertou o rosto desesperadamente nas profundezas do travesseiro para calar a memória. Ao fazer isso, não percebeu passos correndo pelo chão do quarto.