«Sinto saudades das batatas de lá, mas adoro o chester daqui»: assim, Ana Maria, de 8 anos, sintetiza a ambiguidade inerente à condição do expatriado. Como lidar com ela? A resposta, como mostra Lisette Weissmann neste livro, depende de vários fatores, que a autora organiza num triângulo conceptual: o intrapsíquico, o vincular/familiar e o sociocultural. As seis amostras de “discurso familiar” que nos apresenta sugerem que o segundo é decisivo para construir uma «malha de contenção” das angústias envolvidas na adaptação ao novo ambiente, por sua vez necessária para poder aproveitar as oportunidades oferecidas pela situação de interculturalidade.
Psicanalista experiente e bem informada, ao estudar um problema muito atual, Lisette ilumina diversas facetas da sociedade contemporânea, assim como das modalidades de subjetivação que nela podem se estruturar.