Livros
Antonio Olavo,Claude Santos,Flávio de Barros,Pierre Verger

Sertão, sertões

Canudos — sua gente, sua terra, suas lutas, seus dissensos instauradores — continua em disputa. Se Canudos e os conselheiristas foram feitos inimigos da República brasileira, do progresso e do desenvolvimento, seus sobreviventes — sobreviventes, não vítimas — espalharam-se como sementes de resistência. Por isso, voltamos a Canudos e às suas lutas. Não para reconstruir o tempo de Antonio Conselheiro como monumento imóvel e petrificado. Trata-se de reconhecer, lá e aqui, o esforço de reavivar «as centelhas da esperança» acesas pela tradição de rebeldia dos pobres, dos trabalhadores, dos oprimidos, que, ao escavar a própria história, vão construindo um modo de ser e de existir que permita romper com as dominações. Voltamos a Canudos, ao sertão e a seus múltiplos sentidos, disputando e contrarrestando os significados impostos desde fora como monumento-barbárie que consolidaram a visão dicotômica e dual entre o sertão e o Brasil. Se o sertão virou o Outro do Brasil, estamos somados a muitas outras Canudos no esforço de ressignificar e renomear o próprio Brasil. […] Este livro se pretende parte do diálogo e da disputa. É uma aposta: somente a tradição dos oprimidos, repensando contradições e reconstruindo veredas, será capaz de despertar as centelhas da esperança por uma vida vivida como construção compartilhada da utopia. Canudos resiste, lá e aqui.
338 páginas impressas
Detentor dos direitos autorais
Bookwire
Publicação original
2020
Ano da publicação
2020
Já leu? O que achou?
👍👎
fb2epub
Arraste e solte seus arquivos (não mais do que 5 por vez)