Eram os índios astrônomos? Gravuras rupestres, pilares e itacoatiaras ajudam a recompor parte da história dos mais antigos habitantes do Brasil. Movidos pela curiosidade e pela necessidade, esses povos deixaram marcas visíveis de suas crenças em monumentos como a impressionante Itacoatiara do Ingá, na Paraíba. Estes monumentos assinalavam os pontos cardeais e apontavam para as posições do nascente e do poente de astros como o Sol, a Lua e estrelas brilhantes de fácil localização, servindo à elaboração dos primeiros calendários, bem como à orientação em terra ou no mar. O homem que desconhecesse a periodicidade das estações, das chuvas, das secas, das cheias e das geadas, sujeitava-se a perder suas colheitas e ver sua comunidade ameaçada pela fome. Daí vem a astronomia dos antigos — ou arqueoastronomia. A astronomia indígena é um livro que reúne anotações de mais de quatro décadas dedicadas ao estudo dos costumes e tradições dos índios do Brasil e à busca da história raras vezes contada. Escrito por Luiz Galdino, este livro mescla o talento do pesquisador à criatividade do escritor, detentor de muitos prêmios literários.