Um menino sai para comprar pão e, no caminho, assiste de perto a morte violenta da mãe. A partir daí, o protagonista perambula pelas ruas de uma ex-colônia de leprosos até encontrar morada em um cemitério. Lá, passa a viver rodeado de miseráveis, ladrões, assassinos, viciados, quando, então, é resgatado e levado para um abrigo. Poderia ser o fim de uma história de abusos e violações de direitos, caso essas instituições de acolhimento não se tornassem, para ele, um pesadelo ainda pior.
Narrado entre infância e vida adulta, Pardais que não encontram casa é um livro repleto de miséria, violência e drogas. Por meio de uma narrativa perturbadoramente explícita, sem nenhuma amarra, o autor lança um olhar severo sobre diversas camadas sociais, recortando, em detalhes, cenas que escancaram as brutalidades da vida, o que há de mais bárbaro no ser humano.