Em 1964 a chanchada desaparecera do horizonte do cinema brasileiro e os nomes que dela fizeram parte viviam no ostracismo ou migraram para a televisão, enquanto uma nova linhagem de comédias seria delineada nos anos seguintes, com um erotismo ingênuo que iria desaguar na pornochanchada. Entre 1964 e 1967 o Cinema Marginal ainda não existia, mas alguns filmes já antecipavam sua estética e seu modo de produção. O Cinema Novo, por fim, já tinha seu prestígio consolidado aos olhos da crítica, inclusive em termos internacionais, mas vivia um clima político adverso a partir da instalação da ditadura militar, com seus autores repensando, então, suas propostas políticas. Em A trajetória do cinema brasileiro: 1896–2023, volume 4: O Cinema Novo e outros caminhos: 1964–1967, Ricardo Luiz de Souza estuda a produção cinematográfica brasileira deste período, a partir da análise de suas vertentes básicas, bem como de dezenas de filmes lançados entre 1964 e 1967, elaborando um painel desta etapa histórica de nosso cinema.