O período da chamada luta armada, que vai de 1969 até meados dos anos 70, é um divisor de águas na História do Brasil. Embora o número de vítimas fatais da repressão, aqui, tenha sido menor do que no Chile ou na Argentina, a violência foi igualmente impactante, com muitos banidos, torturados, presos políticos, exilados, assassinados e inocentes úteis mortos no tiro cruzado. Houve vitimas dos dois lados.
Em «Sob as estrelas de Alto Paraíso», o jornalista Maurício Corrêa tenta contar um pouco sobre o Brasil daquela época, sob a forma de um romance político. Não é uma tese universitária preparada por sociólogos, historiadores ou cientistas sociais. Tampouco um relato jornalístico.
Apenas uma história de ficção, em alguns momentos baseada em fatos reais, mostrando como foi o comportamento de uma militante da guerrilha, desde o início do seu envolvimento na luta armada urbana até os dias atuais, passando pelo exílio, pelo retorno ao País, pela prisão e posterior anistia. Em suas reflexões durante o exílio, descobriu o mundo espiritual e abandonou por completo a militância política. Já anistiada, envolveu-se integralmente com o projeto de uma comunidade esotérica em Alto Paraíso, cidade do interior de Goiás. No seu novo grupo de convivência, passou a valorizar o silêncio e a meditação, mas sobretudo o respeito à diversidade do ser humano.
«Sob a estrelas de Alto Paraíso» é um retrato do Brasil atual. É um romance político, mas também pode ser visto como uma história policial, em que a violência que tanto mal faz ao País mata as pessoas que aqui vivem por motivos muitas vezes fúteis e sem sentido.