Antonio Gramsci morreu em 1937, depois de passar mais de dez anos nos cárceres do fascismo. Perante o tribunal que o condenou, o procurador fascista responsável pela acusação exclamou: "É preciso impedir este cérebro de funcionar por vinte anos". Apesar disso, o prisioneiro continuou seu trabalho intelectual e político na prisão. Sua obra, composta de artigos para a imprensa comunista, documentos partidários e dos enigmáticos cadernos de anotações que redigiu na prisão revelou-se com o tempo rica de significados para interpretar a crise da sociedade contemporânea e estimular movimentos de emancipação. Traduzido mundialmente, esse rico pensamento assumiu contornos particulares nos diferentes contextos nacionais. Na América Latina, Gramsci nos ajudou a imaginar novas estratégias para o socialismo e foi abraçado por partidos de esquerda e movimentos sociais. Sua presença se fez notar e tornou-se o inimigo número um da extrema direita, acusado de promover uma “guerra cultural”. Neste novo livro, o professor de ciência política da Unicamp, Alvaro Bianchi, investiga esses diferentes mundos nos quais o pensamento gramsciano circulou, como um rastilho de pólvora, incendiando o pensamento crítico.