O Cemitério dos Pretos Novos, na região portuária do Rio de Janeiro, foi, entre 1769 e 1830, o local onde eram enterrados os africanos escravizados recém desembarcados: já sem vida ou mortos logo após a chegada, devido às péssimas condições da travessia. A descoberta acidental do sítio histórico, em 1996, deu origem ao Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos, que assumiu a missão de desencobrir as diversas camadas da história da escravidão daquele território — que inclui ainda Cais do Valongo, porto de desembarque de escravizados, e o mercado do Valongo, onde eram negociados. Este livro é resultado dessa forte atuação e reúne treze textos de especialistas tratando dos diversos temas que atravessam esse espaço e tempo: história, memória, arqueologia, patrimônio, religião e herança africana. Tudo o que sobrevive.