Paulo Ferreira

Acampamento Das Almas

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Acampamento das Almas é uma reunião de contos, cujos temas vêm ao encontro dessas indagações. Que são as mazelas e incógnitas, esperanças, desesperanças e agruras que tanto afligem a alma humana. Sem, no entanto, esquecer dos pequenos dissabores e seus humores. E foi lá, onde acampam essas almas angustiadas e ansiosas que, atendendo às comichões próprias dos beletristas escrevinhadores, foram encontradas estas histórias aqui narradas, que ora oscilam entre seus humores, ora por seus dissabores; cujo material são todos muito bem conhecidos, pois são aqueles que transitam pelas relações humanas e sociais. É um livro de contos subdivididos em três seguimentos dos sentidos humanos: os dissabores, os humores e os amores. Os quais são das mais variadas tendências e temas. Não falando de estilos, nem tampouco de ideologias. “Duas Rosas de Plástico”, abre o capítulo dos dissabores. Este conto traz em seu contexto uma das chagas mais infame que habitam algumas dessas almas, o estupro. O conto é narrado com extrema acuidade dos sentidos dos personagens, cada um mais sofrido e dolorido tanto quanto as próprias vítimas. E segue quase no mesmo tema com Manuela, uma Flor de Plástico, que mesmo não sendo estuprada por um indivíduo, mas pela vida. Daí em diante envereda por temas diversos que vão desde um apócrifo em, “Peccatorum”, a um terror psicológico em “O Crime de Leonora”, ao equívoco de Festa de Santa Luzia, até o assombroso “Alienígenas Somos nós”, sobre o apocalíptico e escatológico fim dos tempos. Entre outros. Já o capitulo dos humores, traz em seu bojo as sutilezas, as ranzinzas e a perspicácias humanas. O que há de sabotagens e truques, onde se acercam de tudo, como diz o personagem de “Uma História de Trancoso”, armado de um dito popular, que diz: o matuto entende de tudo, desde o acasalamento de muriçoca à atracação de navio. Ou as injúrias sofridas por um cão que sente na pele os preconceitos, em “Preconceito de Raça”, ou o nonsense de “No Banco da Praça” e o satírico “O Dia em que Acordei Morto”, ou o humor negro em, “Notícias Radiofônicas” de “Achados e Perdidos, onde uma orelha viva procura seu dono em um dos vagões do Metrô; até o desconexo e disparatado solilóquio em “A Complexada” e o constrangedor e cômico “Exame de Próstata”. Enfim, o embate da estupidez de uns com as astúcias de outros. O capítulo dos amores é tratado com o que há de mais sublime em nossas almas, as sofrências e suas angústias, as dores do amor perdido. Mas também seus deleites e gozos. Os desencontros e as inesperadas conquistas. Como exemplo disso sinta ao ler: As agruras e o desgaste de um amor que se esvai, através de doloridas revelações em “As Cartas de Elisa”, ao lírico “Instantes Antes dos Cisnes…” Ou o contundente, propositado e congruente em “Seja Você, Faça-se de Louca” e a paixão arrebatadora de “O Saxofone Azul”. Todos soando como atrações que tanto cativa e encanta. Embora, necessariamente diga respeito única e exclusivamente a estes pormenores da vida, no entanto está impregnado das chagas, sejam elas pelas incompreensões que fazem parte do nosso cotidiano, sejam pelos distúrbios pessoais de cada indivíduo. Isso dito ora de forma melancólica, humorística, ou trágica. Sendo o psicológico o mais contundente fator de sentido dos personagens. Ainda que, haja em alguns dos contos narrações totalmente desprovidas de sentidos, pois seu enredo nada mais seja do que uma sátira de si mesmo ou dos costumes alheios. Mas, sempre deixando uma lacuna, pois o mote de todas às tramas é a incógnita deixada para o leitor decifrar.
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147 páginas impressas
Publicação original
2021
Ano da publicação
2021
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