«As coisas começaram a acontecer e me vi novamente no centro de uma controvérsia jornalística explosiva», narra Glenn Greenwald, que, com sua equipe, foi responsável pela Vaza Jato, série de reportagens que revelou as entranhas da poderosa operação Lava-Jato.
Essas reportagens, baseadas em um enorme arquivo entregue ao jornalista por uma fonte anônima, repercutiram internacionalmente e causaram um terremoto político no Brasil, implicando uma das figuras mais poderosas do país, o ex-juiz e então “superministro” da Justiça Sergio Moro, apenas seis meses após a posse de Jair Bolsonaro na presidência.
A Vaza Jato despertou fortes rancores e ataques diretos do próprio Bolsonaro, culminando numa tentativa do governo de processar criminalmente Greenwald: «Uma onda de ameaças de morte me obrigou a sair de casa com guardas armados e carro blindado».
Em defesa da democracia oferece não só um mergulho fascinante nos bastidores do jornalismo e da política, mas também um retrato íntimo de Greenwald e seu marido, o deputado David Miranda, e as consequências pessoais e familiares de enfrentar a tirania lavajatista.
Apesar das dificuldades, Greenwald não se arrepende: «As revelações fortaleceram a democracia brasileira. Corrigimos erros, revertemos injustiças e expusemos corrupção». A Vaza Jato, ele conclui, mostra que «uma imprensa livre ainda é o elemento central para garantir a democracia».