Nos anos 60, em Rouen, no Norte de França, Laurence Barraqué cresce, juntamente com a irmã, numa família de classe média. O pai é médico; a mãe, dona de casa. Desde cedo, a menina percebe que o lugar de uma rapariga na vida é considerado inferior ao de um rapaz. O pai, de resto, quando questionado, num recenseamento, se tinha filhos, logo se apressa a responder: «Não. Tenho duas filhas.»
Anos depois, ao tornar-se mãe, Laurence confrontará o significado de ser uma rapariga, de ter uma rapariga, e dos legados que devem ser transmitidos ou desfeitos.
A francesa Camille Laurens, com a habilidade de uma romancista e ensaísta vencedora de prémios, entre os quais o Prix Femina, uma das mais prestigiadas distinções gaulesas na Literatura, explora de forma superior as subtilezas do menosprezo das mulheres na sociedade. Menina é um relato íntimo dos desafios da subestimação feminina e uma obra incontornável na transmissão de valores.