Esta obra de ficção é protagonizada por Zadig, um virtuoso homem da Babilônia, cuja vida passa por uma série de reviravoltas e infortúnios, apesar de sua extraordinária erudição e de sua busca por viver em conformidade com as leis e costumes de seu tempo. Segue-se o curso da introspecção e contemplação do destino do bondoso Zadig: é ferido e humilhado ao defender sua prometida, recolhe-se à casa de campo após os fracassos amorosos, cai nas graças de um rei, mas reiteradas adversidades o colocam à prova, obrigando-o a defender-se de acusações e a tentar salvar-se de multas e prisões. Corriqueiro em Voltaire que seus tratados históricos, ensaios e contos se associem à reflexão filosófica, portanto, Zadig ou O Destino compartilha, em certa extensão, traços de ironia presentes em Cândido ou O Otimismo, guiado pela escrita sagaz e sarcástica de Voltaire, oportuna para a expressão de suas críticas a respeito do poder, da inveja, da riqueza, do orgulho, dos regimes políticos e das instituições religiosas.