A partir de leituras comentadas de textos de Michel Foucault e Jacques Rancière, o livro Diálogos e Dissidências: M. Foucault e J. Rancière coloca em debate as tensões e aproximações entre esses autores. Por um lado, Rancière — que pode ser, em alguma medida, identificado como herdeiro dos estudos de Foucault — constrói um percurso reflexivo que tem como uma de suas principais dimensões a identificação de formas de poder e de manifestações da ordem policial que cerceiam a partilha política do sensível.
Por outra via, há uma desidentificação, um deslocamento de Rancière em relação às proposições foucaultianas, sobretudo no que concerne à conceituação dos termos do ato político, da experiência e das dramaturgias da subjetivação política. Desse modo, os capítulos aqui reunidos exploram leituras, dissonâncias e debates entre os autores e nossas interpretações acerca do pensamento democrático radical na contemporaneidade.