O “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente, é uma sátira impiedosa da sociedade portuguesa do século XVI. Suas críticas não poupam ninguém – fidalgos, padres magistrados, mas também sapateiros e ladrões. Cada personagem traz, nas roupas ou nas mãos, os símbolos de seus pecados e deles não podem se desfazer; não há defesa contra as acusações do Diabo ou do Anjo.