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Alberto Acosta,Ariel Salleh,Arturo Escobar,Ashish Kothari,Federico Demaria

Pluriverso

“Desenvolvimento” é uma palavra artificial, um termo vazio em que se imprime uma significação positiva. Apesar disso, manteve seu status enquanto perspectiva, porque se inscreve em uma rede internacional de instituições, que abrange desde a Organização das Nações Unidas até as organizações não governamentais. […]

A queda da ideia de desenvolvimento se tornou óbvia na Agenda 2030 da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Foi-se o tempo em que o desenvolvimento significava uma “promessa”. Naquela época, falava-se em jovens nações ambiciosas que avançavam pelos caminhos do progresso. De fato, o discurso do desenvolvimento sustentava uma promessa histórica monumental: no fim, todas as sociedades venceriam o abismo que separa ricos e pobres, e partilhariam os frutos da civilização industrial. Essa era foi enterrada junto com o progresso, pois o que restou foi a luta diária pela sobrevivência. Embora as políticas de combate à pobreza tenham sido bem-sucedidas em alguns países, foram construídas à custa de desigualdades ainda mais profundas em outros lugares e cobraram o alto preço dos danos ambientais irreversíveis. […]

A meu ver, este dicionário do pós-desenvolvimento está diretamente enraizado na narrativa da solidariedade. Os verbetes elucidam vários caminhos para a transformação social, que colocam a empatia por seres humanos e não humanos em primeiro lugar; são visões que se posicionam firmemente contra o nacionalismo xenofóbico e o globalismo tecnocrático. É profundamente encorajador perceber que a teoria e a prática da solidariedade, como testemunhamos na diversidade geográfica desses autores, parecem ter alcançado todos os cantos do planeta.

— Wolfgang Sachs, na Apresentação
613 páginas impressas
Detentor dos direitos autorais
Bookwire
Publicação original
2022
Ano da publicação
2022
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